segunda-feira, 20 de julho de 2009

E o tal Blu ray? Será?



O Blu-ray pode estar ameaçado?

Quando o Blu-ray, sucessor do DVD, parecia finalmente engrenar, surgem locadoras online e TVs com acesso à internet. Há espaço para um disco na era digital?

Por Rafael Barifouse


Desde sua criação, em 2002, o Blu-ray disputava com o HD DVD, da Toshiba, qual seria o sucessor do DVD. Saiu-se vitorioso há um ano, quando o estúdio Warner Bros. tornou-se o último dos quatro maiores a apoiá-lo. Sem concorrentes, o disco de alta definição da Sony fez de 2008 o seu ano. Fabricantes lançaram tocadores mais baratos e modernos. Estúdios ampliaram o catálogo de filmes. Uma campanha de US$ 25 milhões exaltou sua qualidade. Resultado: as vendas triplicaram nos Estados Unidos e quadruplicaram no Reino Unido.

Mas, enquanto o Blu-ray começa a se pagar, uma recém-chegada onda está roubando o show. Nos últimos três meses, foi lançada uma dezena de modelos de TVs de alta definição com chips de acesso à internet. Elas permitem acessar um número crescente de locadoras de filmes digitais, como iTunes e NetFlix, e também sites de vídeo, como o YouTube. Isso fez com que Sony e cia. se deparassem com uma pergunta em meio à comemoração: depois de tanta briga, o Blu-ray será apenas uma mídia de transição rumo à verdadeira era digital, como foi o disc laser para o DVD?

Algumas pistas do que está por vir. O serviço Vudu já permite assistir a 1,4 mil filmes online em alta definição, ante mil disponíveis em Blu-ray. “Vídeos na internet e outros meios de entrega digital de conteúdo vão acabar com o mercado para formatos ópticos”, diz Roger Kay, presidente da consultoria americana Endpoint Technologies. O Blu-ray ainda enfrenta outro concorrente que, mesmo ultrapassado, tem sua importância: o DVD. Nos Estados Unidos, a venda de tocadores de DVDs ainda vai superar a de aparelhos de Blu-ray no próximo ano, de acordo com a Consumer Electronics Association, entidade que representa os fabricantes. A expectativa é que o Blu-ray só terá mais mercado do que o DVD em 2014, mas a janela de oportunidade é pequena. A partir de 2017, dizem os especialistas, o disco azul começará a perder espaço para serviços online de vídeo sob demanda.

Depois de investir muito para tornar o Blu-ray padrão, os fabricantes não querem deixar isso escapar. A nova geração de tocadores já permite acessar filmes e notícias online. O preço caiu pela metade – está em cerca de US$ 200 – e deve chegar a menos de US$ 150 até dezembro. Os discos também ficaram 40% mais baratos, e chegaram a cerca de US$ 15. “2009 será o ano do crescimento”, diz Andy Parsons, presidente do conselho da Blu-ray Disc Association. “E vamos finalmente chegar ao mercado de massa.” Será?

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